Domingo, 27 de Abril de 2008
CANtar o mundo
Só se vê bem com o coração.
Quando nos deixamos prender a alguém, arriscamo-nos a chorar de vez em quando…
Sábado, 14 de Julho de 2007
Viver assim…
Mudo silêncio escondido
Entre as coisas sem voz
Na surdina dos dias sem espantos
Querendo o que já se teve
Entre as palavras desacertadas
De um
Do outro
Dos outros
Sem esperar nada, enfim
E isso não mata!
Domingo, 24 de Junho de 2007
CANtar o mundo
Hoje
O tempo como que abrandou o seu passo
Vai mais lento e pesado
Caiu uma névoa sobre o espaço
A erosão rasgou os seus contornos
Os gestos são lentos como a calmaria do Verão
Fugiram palavras
O vazio sugou as ideias
Está mais brando o mundo
Já não há só laranjas
Há mais frutos!
Sexta-feira, 27 de Abril de 2007
CANtar o mundo
Mudo Convite
O vento bateu à minha porta
Um convite p’ra sair
Leva-me a voar ó vento p’ra muito longe daqui
No teu lamento ó vento
Vejo a perfeição das coisas que foram minhas
No teu mudo convite
Vou p’ra onde não estou
A perfeição das coisas não se acha aqui!
Terça-feira, 10 de Abril de 2007
CANtar o mundo
Ternura
A Memória às vezes é madrasta
Outras vezes tem laivos de ternura
Era nestes que eu queria que ela se fixasse!
Quinta-feira, 29 de Março de 2007
CANtar o mundo
Domingo
Hoje é Domingo
Dia de rezar
E rezo
Rezo p’ra que Deus me conduza
Como se fosse uma musa
Alma gémea das letras
Inspiradora de um poeta
Que cante as minhas memórias
Em suas poesias
De que foram feitas minhas noites e meus dias
Lamentos
Solidão
Pensamentos
Sonhos em vão
Vontades de mulher
Desejos de ser
Perfeição em cada acto
Vontade de morrer.
Quinta-feira, 22 de Março de 2007
CANtar o mundo
Cruzo o ESPAÇO

Só
Cruzo o espaço
Cagarras !?
Levam nos bicos estrelas mortas
Vazias de luz
Nas pétalas está escrito
Num tom morno e cinza: sem retorno
Domingo, 18 de Março de 2007
CANtar o mundo

Vi mar em sonhos
Revolto
Transparente
Como se tivesse acabado de ser gerado
Dormia nas suas ondas
Repousava nas suas nuvens de espuma
E se despertei
A vontade era nenhuma
Afectuoso
Tocou a minha alma
Nele, tive uma vida pura e una
Fico quieta
Deixo-me ficar
Se nasci do mar
É nele que quero morar
Se acontecer chegar um amigo
Que entre
Há uma nuvem de espuma
À sua espera
Quinta-feira, 8 de Março de 2007
CANtar o mundo

Os poetas que conheço
São filhos da areia pura
Escrevem!
E o que escrevem
Na areia, fica só enquanto dura
…
Sábado, 3 de Março de 2007
CANtar o mundo

Entendo-te poeta!
Como se hoje fosse o amigo que não tiveste
Entendo-te poeta!
Por esse teu desejo de estética
Por te identificares com a arte
Que na Vida
Em mim e em ti fez parte
Entendo-te poeta!
Por te teres fixado no sonho e no sono
Nessa que é a minha vontade
De penetrar nas trevas
No labirinto que somos
Prevalência obsessiva do eu
P’la relação crepúsculo com o outro
Que não és tu nem eu
Entendo-te poeta!
P’la tua acuidade sensorial
P’la cor que em ti e em mim
Foi pronuncio da afectividade
Das carícias que a noite matou
Nesse ideal inacessível que para ambos o amor desalentou
Entendo-te poeta!
Tu Estátua Falsa sem ser e sem ter
Eu Estátua Mendiga
Porque nenhum de nós se adaptou à vida
Do Alto veio a queda e a fadiga
Entendo-te poeta!
Porque mesmo vivendo mortos
Da morte temos saudade
Anseios de fuga
No meio de tantas vontades
Entendo-te Poeta!
Por eu ser o Quase Nada