As condições em que se efectuavam os carregamentos das laranjas e o seu transporte eram dramáticas.
Em terra a inexistência de caminhos, ou de poucos caminhos toleráveis, dificultava a circulação dos carregamentos de laranjas, que eram feitos em burros ou jumentos.
Quando as cargas não podiam ser transportadas por um só animal, utilizavam-se dois a pao e corda, ou seja, as cargas iam pendentes em cordas amarradas a uma ou duas barras de madeira, cujas extremidades passavam sobre as albardas de dois burros emparelhados. Chegaram a utilizar-se quatro burros emparelhados a pão e a corda. O transporte das laranjas pelos mares também enfrentava perigos e desconfortos.
Os temporais acossavam os pequenos navios que mostravam, com frequência, sinais de terem sido fustigados pelo mar. O mar levava-lhes o bataló, arrancava, em parte, as amuradas e abria buracos nos costados. Era quase um milagre os navios fazerem a travessia do Atlântico, carregados de laranjas. E quantos carregamentos de laranjas não foram pela água abaixo!?
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