Sábado, 30 de Dezembro de 2006
CONtar o mundo

Brinquei
Brincando
Com uma Laranja de corda
Saltitando frenética
Rolou pelo chão
Meu primeiro brinquedo
Colhido da árvore
Cor de Laranja
Magia pura
Ioiô de princesa
Laranja de corda
A ouro pintada
Laranja de corda
Sempre adorada!
sinto-me:
Terça-feira, 26 de Dezembro de 2006
CONtar o mundo
Para algumas pessoas a vida é rotina, para outras indiferença, para outras ainda mistério e espanto (!).
É para os indiferentes que a moral não tem qualquer explicação racional, porque falam da “morte” do próximo como se fosse algo corriqueiro, sem qualquer tipo de emoção. Como, também, não lhes causa emoção uma árvore porque não vêm nela qualquer significado. E o mesmo se passa com umas simples botas. Os indiferentes olham umas botas com a mesmíssima indiferença de que padecem e, porventura até, não sabem para que servem. Mas tanto o próximo, como as árvores, como umas botas, têm uma história que não se esquece. Uma história que torna as pessoas, os seres com vida e mesmo os inanimados, únicos e tão importantes!
Estas botas, em fundo laranja, têm uma história!
E se ao seu lado estiver um ser vivo, a história muda, completa-se, assume outro significado, se não forem olhadas com indiferença.
Domingo, 24 de Dezembro de 2006
CONtar o mundo

Sábado, 16 de Dezembro de 2006
CANtar o mundo

Acordei engastada
Em pedras preciosas de metal fino
Civilização
Bulício enervado
Ruas cheias
Povoado
Solidão
Subo a rua
Desço a rua
Ninguém me vê
Sociedade em estado de progresso
Cultura comercial
Faz-se tarde
Apressados (?)
Vem aí o Natal
Foi Eça quem alertou
P’rós progressos do seu tempo
Maravilhosa invenção a do fonógrafo horrendo
Na rua onde ando
Civilização perfeita
Tecnologias de voz na mão
Subo a rua
Desço a rua
Ninguém me vê
Ninguém me toca
Lamento!
Subo e desço a rua na mesma solidão de sempre.
(21/10/2004)
Domingo, 10 de Dezembro de 2006
CONtar o mundo

Em cada Natal
Escolho os meus sapatos
Para colocar na chaminé
Sapatos cor de laranja
Bordados como convém
Sapatos de rapariga
Ou de fada também
Sapatos pequenos bordados
De quem basta o que tem!
Sexta-feira, 8 de Dezembro de 2006
CONtar o mundo

Subi a esta esplendorosa árvore para a embelezar, ainda mais, com as minhas laranjas.
Valeu a pena! Ficou muito Bela!
Para aqueles que vejo todos dias, e para os que raramente encontro.
Para os sempre lembrados e para os que, às vezes, ficam esquecidos.
Para os das horas difíceis e os das horas alegres.
Para os que sem querer eu magoei, ou sem querer me magoaram.
Para aqueles a quem conheço profundamente e para aqueles que não conheço tão bem.
Para aqueles que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
Para os meus amigos humildes.
Para os que já partiram e de quem me lembro com tanta saudade.
Para os que me estimam sem eu saber.
Ofereço, neste Natal, as minhas laranjas!
Sexta-feira, 1 de Dezembro de 2006
CONtar o mundo

“ A loucura elaborada é como a fantasia mais secreta e mais nebulosa”. Com base no impulso do sonho, sobre esta imagem, pode evocar-se as forças da vida por vir a ser, num excesso de fantasia que esboça outras imagens, as imagens da memória. Voltam à memória e possibilitam a simultaneidade do que passou e constituem uma ajuda contra a crueldade do tempo.