No mistério da noite
Apenas estou eu e a lenda que é minha
No dia
Num instante mágico
Unido o Universo e a vontade
Faz-se a lenda
Uma verdade
Coloquei cedo de mais meus pés no caminho certo
E dos meus cuidados
Nasceram minhas certezas
Fiz escolhas consciente
Dei crédito ao meu lado criativo
Entusiasmei-me e perdi-me
Vitima da minha imaginação
Metida num labirinto
Soube que o amor só pode encontrar-se com a alma no Olimpo
VII GOMO
O Mundo predilecto da Rapariga das Laranjas é um mundo com arte.
Inspirada num modelo literário matiza, dentro das circunstâncias, a vida com a estética e de forma simbólica aspira a uma metamorfose que se apodera do seu pensamento e vontade, dando ao seu mundo um tom muito singular
Viaja numa Bola de Cristal
Visivelmente escondida
Ao brilho do Sol e ao ouro da Laranja rendida
Vai a Oslo
De anorak laranja
Perde de vista o rapaz que a encantara
Parte-se a Bola de Cristal
Ficam as Laranjas em seu regaço
Imaginação sua ou pintura
De Picasso!?
Se conseguem ver aquele ponto laranja no deserto, estão a ver, como eu, a Rapariga das Laranjas. Está ali há algum tempo, mesmo por debaixo de uma estrela. Espera o Principezinho, o tal que está sempre a rir e nunca responde quando se lhe faz uma pergunta. Cativaram-se um ao outro e agora ela sente-se responsável por ele, como ele é responsável por ela. Criaram laços!
Enquanto espera tenta ser feliz.
As estrelas sempre nos fazem rir!
Um dia a dor vem
Não espera que se diga: entre
Fica!
Leva tempos pra partir
Por fora não se vê
É dor indiferente
A dor que dói
É a dor que está por dentro
É dor que invisível
Dói e se sente
Porque é dor
A dor que a gente sente
As condições em que se efectuavam os carregamentos das laranjas e o seu transporte eram dramáticas.
Em terra a inexistência de caminhos, ou de poucos caminhos toleráveis, dificultava a circulação dos carregamentos de laranjas, que eram feitos em burros ou jumentos.
Quando as cargas não podiam ser transportadas por um só animal, utilizavam-se dois a pao e corda, ou seja, as cargas iam pendentes em cordas amarradas a uma ou duas barras de madeira, cujas extremidades passavam sobre as albardas de dois burros emparelhados. Chegaram a utilizar-se quatro burros emparelhados a pão e a corda. O transporte das laranjas pelos mares também enfrentava perigos e desconfortos.
Os temporais acossavam os pequenos navios que mostravam, com frequência, sinais de terem sido fustigados pelo mar. O mar levava-lhes o bataló, arrancava, em parte, as amuradas e abria buracos nos costados. Era quase um milagre os navios fazerem a travessia do Atlântico, carregados de laranjas. E quantos carregamentos de laranjas não foram pela água abaixo!?
Segui teus passos enamorada
Na senda do teu destino
Meti-me nele e perdi-me
Rémora e Polvo
Na imensidão do mar lançados
Louvados pelas virtudes
Criticados pelos vícios
sal da terra aconselhados
Tu e Eu
Não fomos salpicados
Rémora criada
Pra ouvir e não falar
Pla sua pequenez sugada
Hipocrisia a do polvo
Traidor do mar
Rémora às ancoras amarrada
Sem se poder mover
Presa o polvo te há-de sempre vencer
No desfile de Carnaval em Binche o elemento de destaque é uma laranja especial, especifica do sul de França e Espanha.
Centenas de milhares de laranjas são transportadas para Binche, uma semana antes daquele emblemático desfile de Carnaval, que culmina no Mardi Gras, a terça-feira gorda ou a terça-feira da abundância. Nesse dia,
De acordo com a tradição as laranjas simbolizam as moedas de ouro que eram atiradas por Maria da Hungria, em 1549, às pessoas que assistiam ao desfile, com o intuito de impressionar o seu irmão.
O desfile começa com grupos de crianças que trajam de igual, seguidas pelos gilles. A origem do gilles remonta a 1549, quando as pessoas de Binche se vestiam de Incas Sul-americanos.
O traje do gilleé feito à mão, pelas mães e esposas e foi sendo trabalhado ao ponto de se tornar um traje muito específico e requintado, incluindo adereços fabulosos para a cabeça, feitos com penas de avestruz.
Atrás dos gilles, e enquanto estes atiram laranjas, vão bandas de música geralmente constituídas por um clarinete, tocadores de instrumentos de corda e de tambores.
Para se ser um gille tem de se preencher requisitos, de acordo com as tradições. As mulheres, por exemplo, não podem ser gilles e estes têm de ser Belgas ou de Binche. Quando uma pessoa se qualifica para ser gille não pode comportar-se de modo a desonrar essa condição, nem pode desfilar noutro Carnaval, como não pode usar o seu traje se não em funções oficiais carnavalescas.
Em alguns grupos podem ver-se crianças muito pequenas com o pai e o avô, todos participando como gilles continuando, orgulhosamente, com a tradição da cidade.
Em Binche o Carnaval com laranjas é ímpar.
Irei a Binche!
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