Sábado, 3 de Janeiro de 2009
O CANto dAS Letras e
DaS paLAvRas
É Aqui que Vivo Agora!
Há já algum tempo que me mudei para esta cidade! http://www.25thestate.com . Pela viagem, longa e atribulada, perdi o saco com as laranjas que habitualmente transportava comigo. Cheguei a esta cidade, portanto, de mãos a abanar! À minha volta, porém, um mundo de livros e de palavras! Agora vagueio-me por ela e sinto todas as ruas de um modo diferente. Apesar da novidade tudo me parece muito familiar. Encontro-me, regularmente, no bar de um Hotel, com outras pessoas que se mudaram também para cá, por gosto, como eu. Partilhamos livros e palavras! Há-as em abundância por todos os lados. Oferecem-se-nos com generosidade e beleza e contagiam todos. Não estou a pensar mudar de cidade, de Hotel ou de casa! É a partir daqui, deste novo lugar que vos darei notícias sobre o Mundo Novo, o mundo das palavras, que descobri depois de uma longa viagem em que perdi o meu saco das laranjas.
Terça-feira, 22 de Julho de 2008
CANtar o mundo

Mares!
Mar imenso, mar sem fim
Que em marés soltas te aproximas
E baloiçando, ininterruptamente, me embalas
Lastro do corpo
Resguardo da alma
Ouvinte atento de uma voz sem som
Confidente
De palavras e gestos de sereia, eternamente
Salgado
Não és como o mar inventado
Sem marés
Circunscrito
Pesado
Triste
Calado
Onde me ponho
Quando o Sol se deita
E a lua nasce!
sinto-me: cantar o mundo
Domingo, 27 de Abril de 2008
CANtar o mundo
Só se vê bem com o coração.
Quando nos deixamos prender a alguém, arriscamo-nos a chorar de vez em quando…
Terça-feira, 22 de Abril de 2008
RotA dAS LaranJaS
PODRIDÃO!
Domingo, 23 de Dezembro de 2007
CONtar o mundo
NATAL!
No Natal, à mesa, também há lugar para o SONHO MAIS DOCE…
Domingo, 2 de Dezembro de 2007
CONtar o mundo
Se me cansei e fiquei farta
Alguma coisa se passou! O mundo encheu e eu envelheci!
Se troco as partes pelo todo, não gosto…Se troco o todo pelas partes, isso não significa, porém, que desisti!
Procuro, porque gosto de gostar das pessoas, mesmo sem pensar em ti!
Dentro de um Natal vago e sem cheiro
Ofereço-te, afinal, o que sempre te ofereci
As minhas laranjas…
Domingo, 9 de Setembro de 2007
CONtar o mundo

Melhores pensadores e Melhores “sentidores”!
No silêncio somos melhores pensadores e melhores “sentidores”! É, também, no silêncio que percebemos melhor que estamos em desacordo com os outros e que percebemos que esse desacordo nos liberta da nossa sonolência e nos obriga a considerar o nosso próprio ponto de vista por oposição aos outros, ou apenas a um outro, que não o partilha, vive ou sente as coisas ou situações como nós! Apesar de sermos seres únicos, cada vez mais únicos no mundo, ser-se afectado pelas acções e pelos sentimentos dos outros, também me parece perfeitamente natural! Mais ou menos livres, em tudo, há coisas, no entanto, que temos de saber porque delas depende o nosso bom desempenho na vida! Estou a pensar, concretamente, na moral, na ética (moral colectiva) e nos bons costumes!
Aquilo que é a nossa vida, é-o, em parte, como resultado do que sabemos fazer com a nossa liberdade – por muito condicionados que estejamos pelas circunstâncias, nunca temos um só caminho, é sempre viável escolher dentro do possível, acertar e saber viver e ter aquilo a que, presumo, se chame “arte de viver”. Cada um terá a sua própria forma de viver com arte, mas estou a pensar aqui, outra vez, na moral, na ética e nos bons costumes!
Às pessoas de que verdadeiramente gostamos, desejamos, a amiúde, que cuidem de si, que tenham uma vida boa ou, acima de tudo, que vivam bem. Com isto, estamos a desejar às pessoas de quem gostamos (e porque não aos desconhecidos, também?) que sejam responsáveis, criadoras, escolhendo o seu próprio caminho, estabelecendo prioridades ou estabelecendo hierarquias entre o que lhes apetece no imediato e aquilo que lhes será importante a médio e longo prazo! Normalmente, ávidos, apenas pensamos no imediato! Precisamos de alguém que nos lembre isso!
Nenhuma vida boa dispensa as companhias “inteligentes”!
“ É a fraqueza do homem que o torna sociável; são as nossas misérias comuns que inclinam os nossos corações à humanidade; se não fôssemos homens nada deveríamos. O apego é sempre sinal de insuficiência: se cada um de nós não tivesse necessidade alguma dos restantes nem sequer pensaria em unir-se a eles. Assim é da nossa própria carência que nasce a nossa frágil ventura. Um ser verdadeiramente feliz é um ser solitário: só Deus goza de uma felicidade absoluta; mas quem de entre nós tem ideia do que seja semelhante coisa? Se alguém, sendo um ser imperfeito, pudesse bastar-se a si próprio, de que gozaria, segundo o que nos parece? Estaria só, seria infeliz. Não concebo que quem não tem necessidade de nada possa amar alguma coisa: e não concebo que quem nada ame possa ser feliz” ( Jean-Jacques Rousseau, Emílio).
Terça-feira, 17 de Julho de 2007
CONtar o mundo
Silêncios!
Não há um silêncio. Há silêncios!
Há silêncios serenos e silêncios agitados. Há os que sabem a morangos. Há os que cheiram a canela, e os que provocam náuseas. Há o silêncio que se guarda antes de dormir e o que precede a madrugada. Os silêncios difíceis e os que pedem esmola…Os silêncios sucedem-se.
Aproxima-se o silêncio de partir e o silêncio da ausência.
Sábado, 14 de Julho de 2007
Viver assim…
Mudo silêncio escondido
Entre as coisas sem voz
Na surdina dos dias sem espantos
Querendo o que já se teve
Entre as palavras desacertadas
De um
Do outro
Dos outros
Sem esperar nada, enfim
E isso não mata!
Domingo, 24 de Junho de 2007
CANtar o mundo
Hoje
O tempo como que abrandou o seu passo
Vai mais lento e pesado
Caiu uma névoa sobre o espaço
A erosão rasgou os seus contornos
Os gestos são lentos como a calmaria do Verão
Fugiram palavras
O vazio sugou as ideias
Está mais brando o mundo
Já não há só laranjas
Há mais frutos!